MINHA BANDEIRA DE GUERRA
Nem acredito, mas terminei ontem (próximo das quatro da maduga) de redigir meu Memorial de Qualificação. Agora o texto vai para as mãos do meu orientador para ele corrigir; enquanto isso eu também fico na revisão. De qualquer forma, o texto já nasceu e me trouxe alguma alegria.
Estudo este tema (a idéia de um cosmopolitismo no Império Romano) desde 1999, quando comecei um programa de Iniciação Científica; de lá pra cá foram muitos livros, artigos, congressos, relatórios, pedidos de bolsa e horas na frente do computador!
Escrever não está sendo fácil, e até o final do ano sei que vou passar por mais alguns tropeços. É estranho, pois fico num contínuo estado de excitação: você persegue uma idéia, junta com muitas referências de outros intelectuais, faz um quadro geral daquilo e fica matutando um bom tempo; na ação de escrever estas idéias precisam ser ordenadas e traduzidas, literalmente “sair da cabeça” para formarem um texto lógico e original. É extremamente excitante quando as idéias se intercalam em frases, e estas frases conseguem formular uma hipótese explicativa. Nessas horas sou invadido por uma imensa força criativa da qual sou o protagonista, o diretor, o autor; uma felicidade de compor uma reflexão que nasceu de um trabalho duro e lento, por isso mesmo ela é densa e violenta.
O complicado é, depois de tanta felicidade, sair do transe e olhar pro lado, sem encontrar nada além da tela iluminada do computar, um som baixinho do Miles e muita saudade por todos os lados. E sinto que não valeu tanto esforço, pois na minha humanidade mais íntima eu não tenho ninguém para explodir com tanta felicidade que eu fui criando.
Mas não tem revolta, não. Como me ensinaram mesmo? “Tem que aprender a viver um dia de cada vez”. Pois é, e mesmo assim não está sendo fácil!
Mas a razão deste texto não é bem esta... Quero dizer que estou terminando o meu “livro”, que mais da metade dele já está pronto e que minha pesquisa está me levando em direção de um entendimento maior do nosso mundo. E isto tudo é muito bonito!
Estava imaginado que seria bacana colocar algum poema nas páginas iniciais da Dissertação final. Penso em muita coisa, música do Ira!, lamento do Adoniran, palavras do Che, rimas do Pessoa, enfim, tenho tempo para decidir até o final do ano, com a defesa. Mas encontrei uma outra possibilidade ontem, ou melhor, este texto me agarrou ontem, na madrugada fria. Bandeira, meus amigos!
(E acho que vou colocar este mesmo!)
CANTIGA
Manuel Bandeira
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d’alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Estudo este tema (a idéia de um cosmopolitismo no Império Romano) desde 1999, quando comecei um programa de Iniciação Científica; de lá pra cá foram muitos livros, artigos, congressos, relatórios, pedidos de bolsa e horas na frente do computador!
Escrever não está sendo fácil, e até o final do ano sei que vou passar por mais alguns tropeços. É estranho, pois fico num contínuo estado de excitação: você persegue uma idéia, junta com muitas referências de outros intelectuais, faz um quadro geral daquilo e fica matutando um bom tempo; na ação de escrever estas idéias precisam ser ordenadas e traduzidas, literalmente “sair da cabeça” para formarem um texto lógico e original. É extremamente excitante quando as idéias se intercalam em frases, e estas frases conseguem formular uma hipótese explicativa. Nessas horas sou invadido por uma imensa força criativa da qual sou o protagonista, o diretor, o autor; uma felicidade de compor uma reflexão que nasceu de um trabalho duro e lento, por isso mesmo ela é densa e violenta.
O complicado é, depois de tanta felicidade, sair do transe e olhar pro lado, sem encontrar nada além da tela iluminada do computar, um som baixinho do Miles e muita saudade por todos os lados. E sinto que não valeu tanto esforço, pois na minha humanidade mais íntima eu não tenho ninguém para explodir com tanta felicidade que eu fui criando.
Mas não tem revolta, não. Como me ensinaram mesmo? “Tem que aprender a viver um dia de cada vez”. Pois é, e mesmo assim não está sendo fácil!
Mas a razão deste texto não é bem esta... Quero dizer que estou terminando o meu “livro”, que mais da metade dele já está pronto e que minha pesquisa está me levando em direção de um entendimento maior do nosso mundo. E isto tudo é muito bonito!
Estava imaginado que seria bacana colocar algum poema nas páginas iniciais da Dissertação final. Penso em muita coisa, música do Ira!, lamento do Adoniran, palavras do Che, rimas do Pessoa, enfim, tenho tempo para decidir até o final do ano, com a defesa. Mas encontrei uma outra possibilidade ontem, ou melhor, este texto me agarrou ontem, na madrugada fria. Bandeira, meus amigos!
(E acho que vou colocar este mesmo!)
CANTIGA
Manuel Bandeira
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d’alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
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