Naufrágio
Minha estante abarrotada de livros e meu coração vazio de esperança. Quanto tempo até o Sol levantar? Quanto tempo esperando? Quanto tempo faz?
As mãos atadas ao redor do meu pescoço dizem tudo o que não consigo falar. O corpo diz. Os olhos brilhando de contentamento, de volúpia e desejo. Os olhos brilhando com a luz refletida nas lágrimas.
Salgadas.
Nem berço, nem sonho e nem lacuna: o que eu quero é dizer todas as coisas estranhas que sinto por você.
Por você estou ouvindo Debussy.
Deixo estar. Respeito a sua liberdade de partir sem me fazer um mapa. Vai, mas não toda; fica a lembrança e a dignidade dos meus sentimentos.
Meu castelo de areia corroído com as ondas, como dói. Ainda assim, esta dor eu desejei. E foi você em cada gesto, fui eu em valentes beijos. Fomos nós que a onda batendo acaba por derrubar.
1 Comments:
Nossa, qe danada ela, heim? Nem mapa, nem uma referênciazinha, um bilhete?
Lindo.
Postar um comentário
<< Home