Historinhas envergonhadas
Queria ter um jardinzinho japonês, desses com lago de carpas e bonzai, para cometer harakiri.
*
Acordou na manhã de Sábado, lavou o rosto e escovou os dentes. Quando olhou no espelho, não soube reconhecer o rosto refletido. Gargalhou de prazer.
*
Um beijo de cinema, respiração ofegante, mão deslizando nas costas. Coisas de Hollywood. Ficção científica.
*
Tudo que sei é que ele atendeu ao telefone e quase nada falou. Monossílabas, negativas e pigarros. Depois pegou as chaves do carro e dirigiu até a Argentina.
*
Fez uma fogueira com seus livros, queimando todos os gêneros, títulos, encadernações e coletâneas. Só preservou uma gramática, pois gostaria de aprender a usar a crase.
*
Cansado de olhar a fotografia dela, repousando no canto triste da estante, não teve dúvidas. Buscou um garfo e vazou os dois olhos.
*
Jogou o celular contra o muro, perdeu os documentos e matou uma garrafa de cachaça. Comeu feijão com as mãos e adormeceu na rua da Mooca. Cansou da civilização e sonhou com a doce barbárie. Acordou de ressaca e de pau duro.
*
Insaciável, conhecia bem todas as putas da Capitão Bernardes. Não pelos nomes, mas pelos bicos dos seios. E adorava quando elas apertavam sua bunda.
*
Escutava Strauss no escuro, entulhado em sua cama com os travesseiros. Quando finalmente conseguia dormir, engoliu um cabelo. Ficou impressionado em sentir que aquela mulher, mesmo longe, ainda o incomodava.
*
Decidiu ir embora de Porto Alegre. O Guaíba está podre! Na verdade, queria mudar de país, de continente. Queria mudar de humanidade.
*
Suas orelhas estavam aquecidas. Cheiro e gosto ácidos. Sua língua lambiscava toda a superfície quente. Dali ele não conseguia escutar nenhum dos estremecidos gemidos dela.
*
Ela atravessou a pracinha olhando para a banca de revistas. O jornaleiro era um lindo jovem de cabelos crespos e boca carnuda. Barba por fazer. Sentiu um choque de tesão varrer toda sua coluna e ensaiou pedir, com a maior naturalidade, um jornal e uma chupada.
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Acordou na manhã de Sábado, lavou o rosto e escovou os dentes. Quando olhou no espelho, não soube reconhecer o rosto refletido. Gargalhou de prazer.
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Um beijo de cinema, respiração ofegante, mão deslizando nas costas. Coisas de Hollywood. Ficção científica.
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Tudo que sei é que ele atendeu ao telefone e quase nada falou. Monossílabas, negativas e pigarros. Depois pegou as chaves do carro e dirigiu até a Argentina.
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Fez uma fogueira com seus livros, queimando todos os gêneros, títulos, encadernações e coletâneas. Só preservou uma gramática, pois gostaria de aprender a usar a crase.
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Cansado de olhar a fotografia dela, repousando no canto triste da estante, não teve dúvidas. Buscou um garfo e vazou os dois olhos.
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Jogou o celular contra o muro, perdeu os documentos e matou uma garrafa de cachaça. Comeu feijão com as mãos e adormeceu na rua da Mooca. Cansou da civilização e sonhou com a doce barbárie. Acordou de ressaca e de pau duro.
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Insaciável, conhecia bem todas as putas da Capitão Bernardes. Não pelos nomes, mas pelos bicos dos seios. E adorava quando elas apertavam sua bunda.
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Escutava Strauss no escuro, entulhado em sua cama com os travesseiros. Quando finalmente conseguia dormir, engoliu um cabelo. Ficou impressionado em sentir que aquela mulher, mesmo longe, ainda o incomodava.
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Decidiu ir embora de Porto Alegre. O Guaíba está podre! Na verdade, queria mudar de país, de continente. Queria mudar de humanidade.
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Suas orelhas estavam aquecidas. Cheiro e gosto ácidos. Sua língua lambiscava toda a superfície quente. Dali ele não conseguia escutar nenhum dos estremecidos gemidos dela.
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Ela atravessou a pracinha olhando para a banca de revistas. O jornaleiro era um lindo jovem de cabelos crespos e boca carnuda. Barba por fazer. Sentiu um choque de tesão varrer toda sua coluna e ensaiou pedir, com a maior naturalidade, um jornal e uma chupada.
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