sexta-feira, março 25, 2005

Senseless

Se você não suporta risadinhas estúpidas, não devia ter entrado para o clube.
Ditado inglês

Feed on this flattery,
That absent Lovers one in th’other be.
John Donne


Noite passada, véspera de feriado, fiquei em casa preparando provas. Cinco provas de séries e conteúdos diferentes, realmente um trabalho grande. Quase três meses como professor, novamente. E descobri que não quero mais lecionar.

Terminei as provas. Estava escuro e fresco, uma e meia da madrugada, sem cerveja e nem beijo de namorada. Consegui, com uma tia, uma vitrola portátil, com plástico imitando madeira. A solução foi dada: peguei meus bolachões preferidos e taquei pra rodar! Maysa, Ira!, Chico e Elis Regina. Só Tatuagem tocou três vezes. Passou a noite.

Hoje teve reunião familiar. Fiquei boa parte da tarde com minha sobrinha, brincando com os cachorros e esquecendo de pensar na vida. Joelho no barro, beijo de chocolate e café. Sim, existem dias que consigo ser bom em alguma coisa. Hoje fui o melhor tio do mundo!

Corri até a locadora de vídeos e, mais uma vez, saí de lá sem escolher nada. Talvez vá ao cinema hoje, sozinho mesmo. Adoro cinema. Voltei caminhando, contente com as nuvens de chuva preguiçosas que me acompanhavam. Não vai chover, tampouco vai abrir o tempo. Gosto mesmo disto.

Agora pouco estava ouvindo uma coletânea que fiz do Bidê ou Balde e do Ludov. Que bandas bacanas! Todo dia escuto um pouco, canto muito e, na medida, encontro uma distração. Aproveitei o relax para tirar umas etiquetas de quatro camisetas (elas me irritam profundamente, raspando no meu pescoço). Serviço mal feito, mas hoje não estou muito dado aos detalhes.

As coisas não estão indo bem, eu sei. Paciência.

Não sei até quando esta estratégia de ficar ouvindo música vai continuar salvando minha integridade. Afinal, fora do meu quarto os sinais são evidentes. No café da tarde de hoje minha irmã disse que vai me apresentar uma amiga.

Será que está tão manifesto assim?

Fim de tarde e do feriado que lembra como um deus foi espancado até a morte. É estranho, né? Novamente a vitrola com Elis. Fico pensando no mestrado, no quanto estou atrasado com o conteúdo do cursinho e nos contornos do corpo de uma ex-namorada.

Aumento o som.

(Estudar francês, terminar a dissertação, vaginas, Ziggy Stardust, arsênico, preciso comprar um cinto novo, o que vou fazer hoje nesta noite?)

1 Comments:

Blogger kellen said...

Caramba, me identifiquei muito com esse post... "será que está tão manifesto assim?"!
Ontem no almoço de família, descobri que há uma conspiração que quer me apresentar o primo de não sei quem... ahahahaha, só rindo mesmo!
No mais, só penso em mestrado, por pura falta de opção, porque os prazos gritam...

4:43 PM  

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