A vida moderna de TheGun
Io fei giubbetto a me delle mie case.
Dante
Dante
O carro é um Pálio. Camiseta Hering, tênis All-Star, cueca Zorba. Sorriso Colgate. O som é Panasonic. Vitamina C. Dores nas costas.
Pílula, sinapses, neuro-transmissores. Pensamento. A conta ultrapassa duzentos reais, e eu posso chorar, semanalmente, com acompanhamento médico. Cidade.
Sala de aula multimídia. Busco o Cristo bizantino no Google. Pornografia. Religião. Hitler. Quanta vontade de viver, quanta vontade de querer, quanta vontade de poder. Vontade de sentir algo que seja diferente desta maldita culpa moribunda, putrefata, corrupta. Esqueci como se faz.
Conhaque Napoleon, poemas do Drummond, disco do Chico. Literatura barata. Entretenimento. Nossa Caixa, conta azul, gasto controlado. Homem civilizado que não se desespera na frente da família. Assistindo novela.
Cortei o cabelo e aparei a barba. Minha vida moderna. Esperei o celular Siemens, operadora TIM, completar a chamada. Infelizmente não consegui me conter.
Pro inferno com tudo. Faço-me nu. Esqueço da luz, esqueço do tempo, esqueço da tarde. Mas não esqueço de tudo. Não há como.
Meu medo é o Domingo. Dia medieval, tenho com ele um pacto de diabos. Há ali uma falta de sentidos, um espaço perdido gigantesco. Território do Deus selvagem, do esperar tacanho, sem libido, sem fazer.
Eu passo a rezar para todos os santos.
2 Comments:
Si los santos ayudaran...
Aqui, usando meu pentium, olhando para o monitor LG, e sempre gostando do que você escreve!
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