Pelo menos isto
(Documentação inédita. Texto perdido entre os anos. Essas coisas que a gente quer dizer ou fazer sem pensar.)
Serei franco com você, deixando de ser tão hermético, falando pelas beiradas. O que acontece é amor, sempre amor, mesmo amor.
Acontece o bom e o ruim do amor.
Ontem você me procurou e atendi todas as chamadas escondendo as lágrimas. Fiz força e não chorei. Nem mesmo a voz alterada, trêmula. Fiz até piadas.
Hoje mandei algumas mensagens, três ou quatro. Pela primeira vez você não respondeu. Só me diga, o que a gente faz quando o amor decide nos deixar?
Lembra daquela garrafa de vinho tinto que estava em minha mesa, ancorando os dicionários? Não está mais lá. Faltava pouco vinho, é verdade, e ele já estava com um gosto ácido de vinagre. Não foi nem pra fazer tipo ou judiaria: apaguei a luz e coloquei aquele disco cubano que você odiava. Deitado, bebi o que restava na garrafa. Gargalo mesmo.
O que posso dizer? Hoje não tem Fernando Pessoa, nem Drummond, nem Lispector. Hoje a banda não vai passar, nem vou assistir ao gol, nem comprar sorvete. Hoje não vai passar.
(Pois tudo que existe só faz lembrar que o triste está em todo lugar.)
Gostaria que você soubesse o quanto sinto por ter lhe decepcionado, por me comportar de forma tão imatura. Não queria dizer todas aquelas palavras cortantes e rudes, tão pesadas e infelizes. Se eu pudesse faria tudo diferente, mas nada disto importa agora.
Dormi pensando em você. Acordei pensando em você. Tantas palavras que você adorava, assim como gostava de remexer em meus olhos úmidos. A dor da falta é comparável à discrição da dor. Um naufrago em meus sentimentos, que já não interessam nem mesmo pra você.
Agora que perdi você, estou certo que devo aprender com a dor. Pelo menos isto. E que meu silêncio dure o tempo necessário, assim como esta saudade medonha que deve se transformar em lembranças bonitas. E apesar da tristeza, não me arrependo de você.
Nem de nós.
Serei franco com você, deixando de ser tão hermético, falando pelas beiradas. O que acontece é amor, sempre amor, mesmo amor.
Acontece o bom e o ruim do amor.
Ontem você me procurou e atendi todas as chamadas escondendo as lágrimas. Fiz força e não chorei. Nem mesmo a voz alterada, trêmula. Fiz até piadas.
Hoje mandei algumas mensagens, três ou quatro. Pela primeira vez você não respondeu. Só me diga, o que a gente faz quando o amor decide nos deixar?
Lembra daquela garrafa de vinho tinto que estava em minha mesa, ancorando os dicionários? Não está mais lá. Faltava pouco vinho, é verdade, e ele já estava com um gosto ácido de vinagre. Não foi nem pra fazer tipo ou judiaria: apaguei a luz e coloquei aquele disco cubano que você odiava. Deitado, bebi o que restava na garrafa. Gargalo mesmo.
O que posso dizer? Hoje não tem Fernando Pessoa, nem Drummond, nem Lispector. Hoje a banda não vai passar, nem vou assistir ao gol, nem comprar sorvete. Hoje não vai passar.
(Pois tudo que existe só faz lembrar que o triste está em todo lugar.)
Gostaria que você soubesse o quanto sinto por ter lhe decepcionado, por me comportar de forma tão imatura. Não queria dizer todas aquelas palavras cortantes e rudes, tão pesadas e infelizes. Se eu pudesse faria tudo diferente, mas nada disto importa agora.
Dormi pensando em você. Acordei pensando em você. Tantas palavras que você adorava, assim como gostava de remexer em meus olhos úmidos. A dor da falta é comparável à discrição da dor. Um naufrago em meus sentimentos, que já não interessam nem mesmo pra você.
Agora que perdi você, estou certo que devo aprender com a dor. Pelo menos isto. E que meu silêncio dure o tempo necessário, assim como esta saudade medonha que deve se transformar em lembranças bonitas. E apesar da tristeza, não me arrependo de você.
Nem de nós.
1 Comments:
Ou você passa a aprender que não existe culpados nessa história, ou sempre vai sofrer mais do que deve.
Chega de se culpar ou jogar toda a responsabilidade de um namoro perdido nas suas costas
Namoro é DOIS. Não é UM. Se dá certo, é vitoria dos dois. Se dá errado, é derrota dos dois.
Você já teve um relacionamento que se culpou por ter perdido um monte de merda que nao vale porra nenhuma. Não cometa o mesmo erro agora. Nao transfira a culpa unica e exclusivamente para você. Compartilhe com as pessoas os seus erros e suas vitórias.
Vai doer o tempo que for necessário. Cabe a você trocar a gaze ao invés de cutucar a ferida.
Existem sentimentos que estão um andar abaixo do Amor. Compaixão, Perdão e Doação são algumas delas. Não se alcança o amor se não tiver pelo menos um desses sentimentos dentro da gente. Me diga quando você teve isso nesse relacionamento, que eu me calo pra sempre.
O que não te mata, te fortalece. Mas que dói, dói.
Giusti
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