segunda-feira, setembro 26, 2005

Ordinário

Alguma coisa mudou, ou se quebrou, ou transformou, ou acabou, ou começou.

Alguma coisa, urgentemente.

Um novo ritmo numa velha vida. Literatura como ponto de fuga. Literatura e lembranças.

Saudades que não escravizam mais. Só coça gostoso, como o bicho-de-pé.

Mulher, a gente precisa se encontrar. A gente precisa viver. Tenho meus discos e meu silêncio. Minhas receitas de comida árabe e meu saxofone. Tudo seu.

Queria passar um líquido corretivo e dizer: “quero viver / quero gozar / quero pulsar”. Dizer e ser. Convidar para um café e ficar cantando bobagens. E vamos rir da nossa miséria.

Uma depressão de fim de tarde. Chopin funciona. Vontade de tacar o carro no abismo, distraído. Pênis coçando e vontade de fumar. Tarde vazia com a TV desligada.

Quanto tempo? Dois anos sem paixão, sempre a mesma merda fresca e fedida? Bebendo cerveja gelada. E daí?

Como sempre, nada.