sexta-feira, agosto 27, 2004

Todo Sentimento

Jogo que voltava sempre
Eu sei
Pro primeiro fundamento
Eu voltei
Sou o grande perdedor
E ao amor
Me rendo
Perco o medo de perder
E de ganhar
Perdendo.
Primeiro Fundamento
zé miguel wisnik

Hoje eu não quero mais me machucar
Hoje eu não quero me perder
Hoje eu não deixo mais nada importar
A não ser você.
A não ser você.
marina lima e alvin l

Sinto falta de uma pessoa ao meu lado nesse ano de trabalho solitário. Conversar sobre algo que li, sobre a bomba no Iraque, o novo álbum da Zélia Duncan e a receita de bolo que descolei na TV. Sinto falta de me arrumar imaginado causar uma boa impressão, escolhendo a armação dos óculos, a cor do tênis e o cheiro da colônia. A barba aparada.

Quero me apaixonar novamente e voltar aos abraços que parecem encerrar todas as fragilidades do mundo, unindo os corpos, abraçando. Lembro de uma ex-namorada, jornalista. Ela gostava de ficar abraçada. Tinha um cheiro bom e uns olhos lindos. Aquilo foi importante em sua plenitude que, aparentemente, saciava todos os desejos.

Conheci uma mulher bacana e gostaria de passar uma tarde com ela. Eu quero simplesmente lhe dar um presente, um hoje, um segundo, um momento. O bom de se deixar seduzir é que as frustrações anteriores passam a não significar mais nada, como num toque mágico, transformando angústias em lembranças guardadas numa caixa em cima do armário. Liberdade para desejar, para seduzir, para saciar, para saborear, para temer, para gozar. Liberdade.

Não sei o que fazer e nem como fazer. Não quero pensar nela, mas penso. Não quero telefonar, mas tenho seu número na cabeça. Não quero gostar, mas gosto. E nestas situações eu fico me perguntando quem é que está no comando aqui dentro, quem é que define as curvas do caminho. Não sei e novamente fico confuso.

Consegui bons álbuns nesta última semana. Coisas lindas do Wisnik, da Marina, da Zélia Duncan, do Saint Germain e do Miles Davis. Assim sigo relaxando com meus livros, página por página. Arrumei um espaço gigantesco para o discurso amoroso, ainda mais depois de misturar Roland Barthes com Drummond. Abri a casa e deixei o vento varrer meu rosto, ascendi incenso, comprei sorvete e aparei a barba.

E amanhã quero cortar os cabelos.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

então, eu n sei cmo postar aqui nesse esquema de blogger internacional. . . mas, sou Shellyz Raven
meu site é
www.mirzah-tremere.weblogger.terra.com.br
eu queria saber se você tem o poema todo de roberto piva, o Poema Vertigem.

se tiver, favor entre em contato comigo. . .

:)


bjaum. . .


PS: gostei muito do seu blog. . .

11:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quem é você? Quanto sentimento...
audreysilva@terra.com.br

6:39 PM  

Postar um comentário

<< Home