Coração sujo
A pior forma de solidão é a companhia de um paulista.
nelson rodrigues
Caminhar no centro da cidade com várias sacolas nas mãos. Um livro, uma camisa de futebol, uma boneca... Presentear.
Parada estratégica para beber café e esticar as pernas. Tiro o anel do dedo e fico brincando com ele, rodando no tampo da mesa, observando seus movimentos. Desisto das idéias complicadas e, cansado, deixo-me levar o pensamento. E de repente sinto-me estranho naquela cidade, naquele centro, carregando os presentes. Estranho no próprio corpo e na cor dos cabelos, no gosto do café, na umidade do ar. Estranho.
Penso em meus bons amigos, tão perfeitos e completos. Na minha cabeça eles nunca vacilam, e quando flertam com alguma indecisão fazem isto com charme. E o charme é individual, intransferível. Compreendo tudo isto com um pequeno sorriso e acho estranho que eles sejam meus melhores amigos. Somos tão diferentes.
Olhando para a rua vejo pernas correndo, tentando fugir da chuva que começava a se armar. Quando o céu, enfim, desaba, o clima fica abafado e as pessoas começam a falar mais alto, competindo com o barulho da chuva. Novamente estranho, pois não sinto nada.
Uns quarteirões até o carro e me livro das sacolas. Decidi andar na chuva para atiçar a sensibilidade da minha pele, deixando tocar pela água e pelo vento. Continuo pensando nos amigos e nas distâncias que nos separam, tentando esquecer destas idéias, sufocá-las. Não tenho certeza, mas creio que estou cansado disto.
Volto pra casa amuado. É horrível se sentir tão desligado do ambiente, do cheiro das ruas, do clima de chuva. É terrível se ver apartado dos sonhos dos amigos que sempre me deram significados. E é doloroso esquecer dos desejos e inspirações que estiveram no melhor de minha vida.
Parada estratégica para beber café e esticar as pernas. Tiro o anel do dedo e fico brincando com ele, rodando no tampo da mesa, observando seus movimentos. Desisto das idéias complicadas e, cansado, deixo-me levar o pensamento. E de repente sinto-me estranho naquela cidade, naquele centro, carregando os presentes. Estranho no próprio corpo e na cor dos cabelos, no gosto do café, na umidade do ar. Estranho.
Penso em meus bons amigos, tão perfeitos e completos. Na minha cabeça eles nunca vacilam, e quando flertam com alguma indecisão fazem isto com charme. E o charme é individual, intransferível. Compreendo tudo isto com um pequeno sorriso e acho estranho que eles sejam meus melhores amigos. Somos tão diferentes.
Olhando para a rua vejo pernas correndo, tentando fugir da chuva que começava a se armar. Quando o céu, enfim, desaba, o clima fica abafado e as pessoas começam a falar mais alto, competindo com o barulho da chuva. Novamente estranho, pois não sinto nada.
Uns quarteirões até o carro e me livro das sacolas. Decidi andar na chuva para atiçar a sensibilidade da minha pele, deixando tocar pela água e pelo vento. Continuo pensando nos amigos e nas distâncias que nos separam, tentando esquecer destas idéias, sufocá-las. Não tenho certeza, mas creio que estou cansado disto.
Volto pra casa amuado. É horrível se sentir tão desligado do ambiente, do cheiro das ruas, do clima de chuva. É terrível se ver apartado dos sonhos dos amigos que sempre me deram significados. E é doloroso esquecer dos desejos e inspirações que estiveram no melhor de minha vida.
1 Comments:
A distância nos separa mas o coração fica cada vez mais ligado...te amo muito e nenhuma distância jamais mudará isso, nós é que mudaremos ela!
Rita
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