Um horizonte de cidades bombardeadas
Estou arrebentado, cansado mesmo. E chega de trabalho por hoje!
Descolei uma caixa do Heitor Villa-Lobos e contraí novo vício. É escutar para sentir uma deliciosa melancolia.
E por recomendação de uma doce amiga, encontrei um poeta português contemporâneo chamado Eugénio de Andrade. Gostei muito do que consegui ler até agora.
Não estou inspirado e nem incomodado demais para escrever. Quero mesmo é ouvir Villa e ler Andrade. E queria fazer isto com duas pessoas especiais.
Agora faço, só.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
As palavras que te envio são interditas
eugénio de andrade
Descolei uma caixa do Heitor Villa-Lobos e contraí novo vício. É escutar para sentir uma deliciosa melancolia.
E por recomendação de uma doce amiga, encontrei um poeta português contemporâneo chamado Eugénio de Andrade. Gostei muito do que consegui ler até agora.
Não estou inspirado e nem incomodado demais para escrever. Quero mesmo é ouvir Villa e ler Andrade. E queria fazer isto com duas pessoas especiais.
Agora faço, só.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
As palavras que te envio são interditas
eugénio de andrade
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