segunda-feira, abril 25, 2005

Meu primeiro post político

Volta
Vem viver outra vez ao meu lado
Não consigo dormir sem teu braço
Pois meu corpo está acostumado.
Volta
lupicínio rodrigues

O Amor é o rock e a personalidade dele é o pagode.
O Amor é um Rock
tom zé



Ainda é feriado, pois não estou na escola. Graças. Aproveitei para ler e pensar no mestrado, trabalhando com um texto sobre testemunho e história. Sim. Flávio Josefo também foi testemunha, além de historiador, sobrevivente e, como eu, judeu. Judeu no sentido figurado.

Como uma benção.

OK. Meio de tarde, sozinho, já bêbado e resmungando como um idiota. Assim não é possível! É simples. Comecei bem com o texto do testemunho histórico, ficando por lá umas densas quatro horas. Antes fechei as médias do terceiro colegial. Daí lembrei da garrafa azul de Courvoisier Cognac (le cognac de Napoleon). Estou com uma mania saudável de trabalhar, durante o dia, numa mesinha que coloquei no jardim, coisas próprias do sertão. Levo minha sonata (com plástico imitando madeira) e fico por lá, lendo, escrevendo e viajando. Até aí, tudo bem. O problema foi quando busquei o sexto LP da fila. Até então estava tudo contido, com Chico e Ira!, café com conhaque, história e testemunho.

Troquei o vinil. Lupicínio. Agora é conhaque sem café. Mesmo.

Amor é bom, mas entenda, não é feito pelos amantes, estes o são por ele. O Amor transgride a regra burguesa da propriedade – o amante não. O Amor é primo da liberdade – o amante é dono de cartório, com a chave do enclausuramento. Assim, contraditório, no duplo-sentido tão bem captado nos sambas do Lupicínio Rodrigues, Adoniran Barbosa e Nelson Cavaquinho, é que reside todo o encanto, finura, (i)lógica e todo ópio do não-verbo amar.

E que não venham com o Amor pós-bossa nova, previamente estripado, exorcizado e contraceptivo. Sem dúvida, é muito mais higiênico. Ainda sou tosco e subnutrido de modernidade. Gosto das músicas com cantores de voz forte, acompanhados por orquestras ou trios de jazz. Samba-canção. Dor-de-cotovelo mesmo, assumido, uniformizado. Pois é lá que encontro uma realidade muito mais concreta do que o “infinito enquanto dure” do Vina.

Este é o lugar-comum.

O certo, o possível alcançado pelo gremista Lupicínio, é que este infinito só nos é realizado quando não negamos o que o Amor carrega também de frustração, inquietude, falta e sofrimento. E a ação de amar comporta não apenas em estar disponível ao gozo, ao flerte e aos prazeres da realização com o outro e com o mundo; sua certeza mais profunda se faz na serena e íntima convivência com a frustração.

Encontrei o local exato da cisão entre frustração-decepção e o ponto da criação, do trabalho no caos. Não dá pra esquecer de tudo, de viver só pela metade ou, como acusa o amigo, amar errado. Não se trata disto (como se fosse possível). Independente do gosto público, de encontrar ela belíssima com seu novo namorado e da pasteurização sentimental da modernidade, continuo besta frente ao gigante embaralhar de idéias do Amor.

Afasto a garrafa azul. Dobro o volume. Estico as pernas e esqueço de Deus.

(Bobo, né?)

segunda-feira, abril 18, 2005

As dores do parto

Vamos mudar de ramo
Vamos pra Nova Iorque
Tudo vegetariano
Cabelo dread lock

Vamos casar, ter filhos
Vamos mudar de planos
Fazer um rave trance
e regravar Caetano

Vamos Pra Cachoeira
Bidê Ou Balde


A culpa é mesmo um sentimento ruim, péssimo, baixo. Se existe um inferno, um demônio, este é o lugar da culpa. Eu, como todo latino, burguês, com a pança cheia de feijão com arroz, carrego todas as culpas do mundo.

Não só as católicas, cristãs, judaicas...

Estou com uma pesada culpa de não estar cuidando bem do meu blog. Adoro este espaço e, no íntimo, adoro escrever e ler tudo publicado. Como puritano sou meu maior fã.

Queria escrever mais.

Acontece que estou com muitas aulas e atolado num mestrado que não consigo terminar. Nervoso é pouco. Vocês sabem o que é ter uma crise de ansiedade e vomitar por isto? Eu achava que isto era coisa de maluco, ou de modelo com anorexia. Como sou muito feio para anúncios de jeans, fico com o gosto pela insanidade.

Quem sabe volto ao divã?

Eis uma verdade: estou perdido e sem muito gosto pelo futuro. Tudo o que tenho desejado e sonhado consigo equilibrar sobre uma mesinha. Simplicidade? Eu acho que não.

Uma amiga que amo de paixão disse que só penso em sexo. Pode ser.

As boas notícias, graças, ainda não abandonaram meu telefone. Uma amiga recebeu um convite para ser a Secretária da Cultura de sua cidade. Estou muito contente com isto. Ela também está mudando para uma nova casa, com o noivo. Quanta coragem e vontade de realmente deixar e vida arrebentar.

Quero ver se consigo juntar um dinheiro pra lhe comprar uma luminária de lava.

Dia 27 é aniversário da Maria. Pessoas tão especiais como ela merecem um mês de comemoração. Por tudo que ela já me fez e está fazendo em sua sala de aula, merecia estar na comitiva do presidente Lula que visitou a África.

(Sou mesmo um romântico estúpido. Duas lágrimas caíram quando vi meu presidente na ilha de Gorée, no Senegal.)

O Fluminense é campeão.

O blog do Gnomo voltou!

Comprei o novo cd do Ludov.

Pois é. Acho que todos perceberam que estou tentando me animar. Não mereço muito mais do que tenho, mas estou exausto!

Que eu tenha sorte!